Os olhos de Caim

08/06/2016 16:52

 A palavra inveja deriva do latim “invidere”, que significa não ver. É um sentimento de egocentrismo, por não suportar a ideia que o outro possa ser melhor. É destrutível e segundo a visão psicanalitica, é um impulso causado pelo ódio, que já se encontra presente no indivíduo desde a mais tenra infância. A inveja afeta de tal modo, que chega a causar tristeza no invejoso pela felicidade do outro. Cria impulsos negativos que têm como intenção, destruir ou apoderar-se dos bens de outra pessoa, para acalmar uma pulsão de infelicidade do sujeito. O ódio se intensifica, podendo assim ser considerado um sentimento. Este sentimento é intensificado quando o indivíduo se sente destabilizado devido a um complexo de inferioridade em relação a um ou mais indivíduos. O sujeito sente culpa por ser inferior e fantasia com aquilo que pensa fazer-lhe falta. Acredita ser merecedor daquilo que fantasia, e quando a realidade não lhe proporciona o que ele sente ser merecido, o ódio e a humilhação são projetados para um sujeito que o indivíduo não considera estar ao seu nível, não tendo por isso direito a ter aquilo que este não tem. Segundo a teoria kleiniana o impulso destrutivo esta sempre presente na inveja e estão já presentes no bebé quando este ataca a mãe, tentando destruir algo supostamente bom que sente estar a perder, tal como por exemplo na substituição do seio pela chupeta. A teoria psicanalitica acredita que a inveja é uma pulsão de morte, de destruição, que vai contra as pulsões de vida, aquelas que nos dão prazer. A inveja é fonte de sofrimento em indivíduos imaturos, extremamente neuróticos e com transtorno de personalidade. Além disso, a inveja intensa pode ter efeitos devastadores nas relações interpessoas. Destroi amizades, corrói a familia e causa dor. Mas a principal questão da inveja está associada a incapacidade dos invejosos de nutrirem sonhos próprios. Onde houver um invejoso, ali está alguem incapaz de sonhar!